Thursday, July 9, 2009

Das Asas de Santos Dumont às ondas do Hawaii

Em 1996 o engenheiro mecânico Flavio Guimarães e mais 3 engenheiros projetaram e estavam executando um projeto de asa delta rígida chamada CARCARÁ , em São José dos Campos , SP. Projeto esse que acabou sendo finalizado e vendido para uma empresa aeroespacial francesa. Durante esse desenvolvimento , o irmão do Flavio , Christiano Guimarães ( GUIMA ) que era surfista profissional na época , semeou uma grande idéia , que era fazer uma prancha de surf utilizando os mesmos materiais, devido às suas propriedades mecânicas , flexibilidade e resistência . O resultado foi que performaticamente a prancha era um foguete , mas o custo era altíssimo (2000 dólares) e o aspecto visual era totalmente diferente de uma prancha convencional…era horrível.

O Guima em menos de um ano estava disputando o titulo brasileiro profissional e muitos outros profissionais testemunhando sua evolução , começaram a pedir um equipamento igual. Daí começou o desenvolvimento da KEAHANA (www.keahana.com). A Keahana desenvolveu um conceito único de engenharia de construção e fabricação que beneficia o surfista , o shaper e o meio ambiente. Utilizando materiais totalmente recicláveis , desde a produção industrial das resinas a base de água e petróleo , os catalizadores e o EPS (vulgarmente chamado de isopor) até a apresentação do produto final para os fabricantes em suas respectivas embalagens ,tudo controlado ,sem disperdício e proporcionando um controle do lixo seletivo ,pois a caixa do kit é de papelão reciclável, incluso os copos de PVC com os catalizadores ,saches de plástico com as resinas , as luvas e espátulas plásticas para trabalho ,enfim, tudo dirigido para que os fabricantes tenham condições de controlar seus gastos e direcionar seus lixos seletivos e proporcionar uma prancha que funcionará por anos e anos.

A Keahana já vendeu mais de 80 mil kits de pranchas no Hawaii, meca do surfe mundial e Califórnia nos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Japão e muitos outros países. No Brasil a tecnologia começou a pegar depois que os shapers brasileiros começaram a ver havaianos e australianos usando a tecnologia e, quando Phil Rajzman tornou-se campeão mundial de longboard e adotou a Keahana como sua tecnologia. Agora, a Hobie, um dos maiores e mais conceituados produtores de pranchas do mundo está vindo ao Brasil só para inaugurar uma produção de 30 pranchas com tecnologia Keahana.

Esta história de inovação é ao mesmo tempo espetacular e perigosa pois se não tivermos cuidado em divulgá-la no Brasil (já está tudo patenteado), os americanos acabam dizendo que foi invenção de dois irmãos que tiveram a idéia primeiro que nós, assim como nosso Santos Dumont. Abaixo a entrevista que o Phil deu para a MIXTV falando sobre sua carreira e a Keahana e o depoimento do Shaper do time profissional de Surfe Havaiano, Christian Budroe.